Resenha: A bordo - Thalissa Betinelli

 

Título:  A bordo 
Autora: Thalissa Betineli
Gênero:  Fantasia
Número de páginas:  998 
Onde encontrar: Compre aqui




Sinopse: A pirataria é mais apaixonante do que se imagina!

Dalila, uma forasteira em Tortuga, no mar caribenho, sozinha após perder seu noivo em um terrível confronto entre a Marinha e os piratas, será levada por engano para o convés do navio pirata Roger Rover. 
Diante do vazio e exclusão da sua vida em uma sociedade do século XVII, perceberá que a pirataria poderá oferecer uma vida da qual nunca sonhou, uma liberdade que apenas os homens possuíam e sentirá uma paixão avassaladora.
Comandada pelo capitão Bartholomew Kidd Sanch, descobrirá que o homem frio e extremamente implacável que é, guarda perdas que o deixaram sem um coração e com uma frieza em seus olhos azuis claros que lembrariam o quanto o mar é duro e cruel.
Moldada por ensinamentos da pirataria, Dalila se transformará em Dália, e junto com Primeiro Imediato de Roger Rover, aprenderá que um pirata jamais deve se apaixonar, encontrando em Arthur Charles Lowe um amor inexperiente, avassalador e único. 
Dália se descobrirá como pirata, compreenderá como o amor é intenso e que cada pirata possui um coração escondido pela vida no mar.

"O mar cobra seu preço, determinando assim as consequências de cada escolha." 


   Thalissa nos faz embarcar em uma viagem fantástica para o século XVII com uma escrita fluída, detalhada e empolgante, assim ela nos transporta para o mundo da pirataria com uma presteza de nos deixar profundamente encantadas. 

    Eu sou apaixonada pelo mar, e ele sempre me traz uma sensação de calmaria para apaziguar meu caos interior,  vejo isso bem refletido na história também.  A trama de "A bordo" é profunda  e muito bem desenvolvida,   temos a protagonista Dalila que se torna Dália,  a pirata,  uma mulher corajosa, impulsiva, movida pela emoção, e que não aceita desaforo. Mas também temos as histórias paralelas de outros personagens que nos conquistaram ao longo do livro. 
   Se você gosta de fantasia como Piratas do Caribe,  te garanto que você não vai se arrepender de dar uma chance para a tripulação do Roger Rover.  

  Thalissa nos brinda com detalhes incríveis tirados das suas pesquisas da época,  um trabalho memorável para a literatura nacional, com certeza.  Sabe aquele livro que você começa a ler e não quer mais parar?  A bordo é exatamente assim. É uma trama de tirar o fôlego com romance, aventura, ação, comédia e suspense tudo na medida exata para arrebatar o coração do leitor. 

    Eu consegui me sentir uma tripulante daquele grande navio,  imaginei cada parte da embarcação desde o convés, a cabine do imponente e implacável  Bartolomew  Kid,  também pude imaginar os navios da marinha inglesa, os combates entre os próprios piratas e a batalha contra os marinheiros, é simplesmente  sensacional. 

    Thalissa faz com  que a gente se apaixona até mesmo pelo carrasco do Barth, o capitão frio, sangrento, ardiloso arrogante, pois apesar de toda essa imagem de áustero, ele ainda tem sentimentos que  reluta em aceitar para não confundir a sua imagem perante seus marujos.  Sanch já amou uma vez e o mar levou sua amada embora, então ele trancou o coração a sete chaves e deixou que o monstro fosse mais forte que seu lado bom, nem mesmo Dalila conseguiu o acesso ao seu coração, ele sempre a repeliu provavelmente por que agir com a razão e de maneira calculada era muito mais fácil do que se arriscar a se apegar a um sentimento. Para Barth piratas não podem amar, não podem ter famílias e relacionamentos por que a ferida em sua alma ainda é latente. 
   Por mais que a gente o deteste algumas vezes, é o tipo de personagem que consegue nos tocar e compreendemos os motivos para ele ser como é. 

    Arthur Lowece tem um desejo de vingança que o consome durante a sua vida desde  que foi encontrado por Barth e criado por ele para ser pirata.
Arthur não consegue se controlar com a sua sede de sangue, ele não para até matar seu oponente e se dar por satisfeito.  Ele é cruel quando é preciso, mas ao mesmo tempo um homem engraçado, brincalhão e que tem um grande coração, que aliás, sofre ao perder seus amigos para a morte.   Lowece tem seus amigos como irmãos no Roger Rover, e portanto é capaz de tudo para defendê-los ou vingar suas mortes. 
   Dália surge em sua vida por acaso, e ele vê nela a chama nos olhos para a pirataria, acredita que ela tem potencial e quer treiná-la,  mas não esperava que a atração que ela exercerá nele será muito mais do que algo físico,  vai alcançar sua alma e quebrar todas as barreiras que ele insistirá em colocar entre eles. 
     É emocionante ver como ela consegue fazer com que ele se abra e confie a ela tudo que sempre guardou para si, inclusive seu lado mais sombrio, e ela o ama exatamente assim, mais ou menos como a Bela e a Fera.
É impossível não lembrar da Elizabeth e do Will Turner quando penso nesse casal, ela também deixou de ser uma madame e aprendeu a lutar para se defender no navio, e o amor dos dois ultrapassou todos os obstáculos. 
     Dalila tem a língua afiada igualzinho a Elizabeth,  ela detesta ser desafiada ou interiorizada por ser a única mulher no meio de tantos homens. Mas não abaixa a cabeça,  ela se supera dia após dia e faz com que Barth sinta um misto de surpresa e orgulho por ver a grande pirata que ela se  tornou. 

     Dália não tinha mais nada a perder em tortuga depois que achava que o noivo tinha morrido e não tinha mais reputação para casar com outra pessoa. Ela queria liberdade e aventura, e foi isso que a atraiu na pirataria. 
     É por isso que ela se sente tão viva naquele convés sem certeza de como será o amanhã, vivendo um dia de cada vez enchendo sua vida de grandes aventuras ao mar, assim a torna muito mais emocionante. 

     O livro é narrado em primeira pessoa com a Dália, e  em terceira pessoa  mostrando os pontos de vista de outros personagens, assim como a história de cada um.  Gostei muito desse estilo de escrita que a autora usou, deixou tudo mais interessante. 

    Não espere códigos de ética por que os piratas são piratas no sentido literal, portanto,  eles se comportam como tal,  cruéis,  bárbaros,  traiçoeiros,  ignorantes,  e tem aquela coisa de que ninguém pertence a ninguém, já que o capitão instaurou uma ordem que envolvimentos amorosos eram proibidos. 
    Os piratas são desconfiados, mas aos poucos vão sendo conquistados e passam a admirar a nova maruja do  Roger Rover. Dália passa a se sentir tão  parte daquele lugar e daquela vida que dá a impressão que realmente nasceu para aquilo. 
    Os piratas tem uma espécie de irmandade entre eles, assim são capazes de tudo para protegê-los. Isso é uma das coisas que  mais me chamou a atenção na história. 
   Este não é um livro de romance mamão com açúcar  cheio de melosidade, não que eu não goste desse tipo, mas Thalissa mostra o romantismo sobre uma outra ótica tão  incrível que me apaixonei. 

     Estou fascinada com o livro e em como me deixei levar pela leitura.  Acredito que há livros que nos tocam mais do que outros e que jamais serão esquecidos, esse, me tocou de forma profunda e inesquecível.

   Indico sem medo por que a trama traz adrenalina e aventura  ao leitora assim que as peças começam a se encaixar naquele quebra-cabeças. 
O desenrolar dos acontecimentos é surpreendente,  tem uma reviravolta que deixa a gente embasbacado. 

   Não conseguiria explicar todas as sensações, quantas vezes meu coração acelerou?  Ah, foram em muitos momentos,  e os  suspiros e pausas na leitura que tive que dar para absorver tudo aquilo? Nem mesmo se eu quisesse poderia descrever tudo que senti. 
É fantástico de maneira indubitável. 

  Leia com o coração aberto a fazer novas descobertas, a embarcar nessa jornada de conhecimento e crescimento dos personagens  e vai sentir um reboliço depois de terminar a leitura por que é o tipo de livro que nos causa isso.  A bordo é o primeiro livro de uma série de fantasia que promete deixar o leitor sem fôlego. 

   Meus parabéns à autora e espero ansiosamente pelos próximos livros.
Apenas ressalto que na Amazon o livro 998 páginas, e eu comecei a leitura dele semana passada, portanto, eu quebrei o meu Record de leitura, minha gente!
   Já posso ler os gigantescos livros do  Martin ou das sagas por aí por que eu nunca tinha lido um livro de mais de 500 páginas em tão  pouco tempo, sério! Isso foi surpresa até pra mim. O livro tem quase mil páginas e a gente lê em uma semana é louco demais, não é? Mas quando a história é envolvente como esse livro, a gente mergulha nele e vai até o fim. 
Amei e recomendo! 




Beijos!  


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