Obra: Crônicas de Albaran
Autor: Andrés Peres
Número de páginas: 448
Sinopse: No mundo de Albaran, os Reinos Humanos enfrentam uma guerra contra os povos feéricos que já dura séculos.
Ikún
e Roxie são os Guardiões da floresta encantada da Rainha das fadas Mab,
separados por uma maldição que o prende à noite e ela ao dia, até que
em um fortuito entardecer acabam se encontrando, despertando uma paixão
que os levará a descobrir mais sobre seu passado e desenterrar segredos
de seu povo e da origem da guerra.
Acompanhados de vários aliados,
enfrentarão a recém transferida Comandante humana Cordélia Velez,
conhecida por nunca perder suas batalhas, que tem a árdua missão de
liderar as tropas do front sul e guiar o povo da desolada e árida
Valúria para terras mais verdejantes e férteis.
O que não apenas o futuro, mas o passado dos Guardiões, irá revelar nesse bosque envolto em sombras?
Link do ebook
Oi, gente!
Hoje trouxe a resenha de Crônicas de Albaran, uma das fantasias nacionais que tive oportunidade de ler esse ano. Eu gosto muito do gênero e fazia tempo que não lia nada com féericos, então essa história me agradou demais.
No mundo de Albaran existem não apenas fadas, mas também sátiros, centauros, gnolls e outras criaturas que estão em guerra com os humanos, todos vivem sob o comando da Rainha Mab, que iniciou esse conflito após a traição deles. Seu amado foi morto e agora ela será implacável em sua vingança.
A rainha Mab possui um conflito interior entre luz e trevas, algumas vezes um desses lados predomina e ficamos cada vez mais ansiosos pra entender os motivos que a fazem dúbia algumas vezes. Sua irmã não concorda mais com tantos sacrifícios entre seu povo, porém Mab fará de tudo para levar a guerra até as últimas consequências.
Mas em um determinado momento o exército dela começa a questionar as motivações da guerra e se realmente valeria a pena perder tantos apenas para obter a vitória sobre os mortais.
Roxie e Ikún são os guardiões da floresta, um fica vigiando de dia e o outro a noite por causa de uma maldição que foi lançada há muito tempo. Esses dois são um caso à parte porque nos rendem boas risadas e aquecem nosso coração. Amo imaginar a inocência dela e seu cabelo mudando de cor conforme seu temperamento. Ikun e ela são como almas gêmeas e apesar de acabarem se separando muitas vezes, de algum modo eles acabam encontrando o caminho de volta um para o outro.
" Roxie era o calor que faltava para a vida de Ikún, e ele era tudo que ela queria para afastar sua solidão".
Maddrum foi outro personagem que me cativou bastante, ele é um dos centauros mais engraçados do livro, e seu senso de dever e de lealdade também é bastante admirável. É difícil não gostar desse centauro pra lá de gente fina.
Alexei no começo não me ganhou logo, sendo filho da princesa das fadas eu duvidei um pouco dele, mas com o tempo acabei gostando um pouquinho. Já no lado dos humanos eu fiquei muito admirada com a garra, coragem e fibra da Cordélia, uma das comandantes da tropa. Ela precisava vencer preconceitos o tempo todo para se fazer respeitada ali e também entre os reinos humanos.
O livro tem narração entre terceira e primeira pessoa assim a gente consegue ver detalhes importantes sobre o mundo mágico e coisas que na visão de outras pessoas ficaria difícil compreender. E como há muitos personagens não vai dar para falar de cada um deles, mas esses são alguns dos meus favoritos.
Inclusive a narração em primeira pessoa tem o ponto de vista dos guardiões, Maddrum, e outros personagens, mas de forma alguma são capítulos extensos, na verdade, achei a maioria deles bem dinâmicos. E a história é bem estruturada de uma forma que a gente se envolve na leitura.
O autor não deixou pontas soltas no livro, muito menos fez personagens raros, soube trabalhar bem cada um deles.
Confesso que durante a leitura me lembrei da série Carnival Row da prime video, pois nessa história humanos convivem com féericos, mas existe uma disputa entre eles e não se dão tão bem quanto fazem parecer. As fadas são controladas pelos humanos assim como outras criaturas mágicas, essa opressão vai gerar uma revolta. E também me lembrei do filme Príncipe Cáspian de Nárnia por causa dos centauros e outros seres mágicos.
O autor criou esse mundo devido a sua paixão pelo RPG, que aliás, já joguei algumas vezes League of legends, e eu gostava bastante. É bem legal porque são várias missões, você pode entrar em grupos de guildas e ir crescendo no jogo, acaba dentro de uma história mesmo. Acho que não é o primeiro que se inspira em games assim pra escrever fantasia. Realmente dá pano pra manga pra escrever. Essa é uma curiosidade muito interessante acerca de Albaran e achei que vocês deviam saber hehe.
Crônicas de Albaran possui drama, romance, e cenas épicas de combates, dá pra imaginar cada cena de batalha, é sensacional, vibrei em algumas e em outras meu coração se apertou.
É um livro cheio de ensinamentos, não apenas traz uma fantasia incrível, mas faz a gente refletir sobre algumas coisas como laços, valores, objetivos e sobre o quanto um coração amargurado pode ser dominado facilmente pela escuridão, o ódio cega rapidamente.
O final me deixou chocada, muito surpresa e curiosa pra saber o que mais vem por aí. Como esse conflito vai ser resolvido, quais faces da rainha a gente ainda vai ver e como esses personagens vão lidar com tantas perdas e seguir em frente. Muitas revelações nós aguardam.
"As pessoas acreditam no que querem acreditar quando estão com medo, acreditam no que é mais fácil e, acima de tudo, adoram encontrar alguém para culpar por situações que fogem do seu controle".
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