Entrevista com a autora Aione Simões

 




Oi, gente! 


Hoje teremos a honra de conhecer um pouco mais sobre a carreira da Aione Simões. 

Uma das autoras mais queridas da nossa literatura nacional. 

Bora para a entrevista! 


BLOG: Quem é a autor(a)? 

R: Aione Simões

 

BLOG: Se você pudesse se descrever em três palavras, quais seriam?

R: Determinada, idealista, criativa.

 

BLOG: O que te motivou a se tornar escritora?

R: Não houve uma motivação exata. Escrevo desde pequena por pura necessidade, e meu crescimento foi sempre permeado pela vontade de escrever alguma coisa. Eu sentia vontade de escrever, porque era assim que entendia minhas emoções e pensamentos, e tinha uma mente criativa, que me deixava com vontade de inventar histórias. Então eu escrevia. Quando criei meu blog e canal no YouTube Minha Vida Literária, em 2011, passei a ter contato com autores e editoras e, pela primeira vez, enxerguei a possibilidade de trabalhar profissionalmente com livros. Foi quando entendi que queria apostar na carreira de escritora.

 

BLOG: Escrever significa...

R: Conexão

 

BLOG: Quantos e quais são seus livros publicados?

  • R: Romances: Escrito nas Estrelas? (2019), 
  • Um Salto Para o Amor (2021) e Aquele Meu Ousado Romance (2023).
  • Novela: A Filha Ideal (2020)
  • Antologia de contos e conto: Vidas na Noite (2018) e Cinco minutos (2015)
  • Participação na antologia Então Vem, Dia dos Namorados com o conto "Eu não odeio o dia dos namorados" (2020)

BLOG: Qual o seu livro mais recentemente lançado? 

R: Aquele Meu Ousado Romance

 

BLOG: Qual livro mais te marcou ou é seu favorito entre os que escreveu?

R: Todos me marcaram de alguma forma, mas Aquele Meu Ousado Romance é especial para mim.

 

BLOG: Qual dos seus livros foi o mais difícil de escrever?

R: Difícil responder. Escrito nas Estrelas? foi o processo mais longo (3 anos para escrever); Um Salto Para o Amor foi o mais desafiador; Aquele Meu Ousado Romance foi o de edição mais trabalhosa.

 

BLOG: Como você vê a questão da representatividade nos livros? Quais instruções você gostaria de dar para alguém que deseja trabalhar esse tema?  

R: O mundo é feito de pessoas diferentes e isso deveria refletir nas histórias. Infelizmente, não é o que acontece, e a maioria dos livros conta histórias de um mesmo grupo de pessoas: brancas, heteronormativas, sem deficiência, magras, de determinada classe social. O ponto também é que isso não significa que não haja pessoas que fujam desse padrão contando histórias que reflitam suas experiências, mas que essas pessoas e livros não têm o mesmo espaço para serem publicados e, também, lidos.

Sendo uma pessoa que está absolutamente dentro de todos os padrões que mencionei, mas que já escreveu um livro com protagonistas que fogem dele — Um Salto Para o Amor traz uma mulher gorda e um homem negro —, meu conselho é: ouça pessoas com vivências diferentes da sua. Esteja aberto a entender qual é sua posição numa sociedade em que sempre há quem oprime e quem é oprimido. Se você quer escrever sobre algo que não vive, é essencial ler e ouvir histórias que reflitam essas experiências, é essencial se cercar dessas pessoas para realmente visualizar que o mundo também é formado por elas — e entender qual é a dinâmica delas e sua nele. E, também, faça uma boa leitura sensível, contrate um profissional capacitado para fazer esse serviço.

Se você escreve e é uma pessoa parte de alguma minoria, você tem direito que sua voz seja ouvida: você tem direito a uma voz. Então, conte as histórias que desejar, mostre ao mundo como é o mundo da sua perspectiva. Com certeza sua voz fará diferença para alguém.

 

BLOG: O que tem lido ultimamente?

R: Meu ritmo de leituras diminuiu nos últimos meses por questões pessoais — minha rotina está uma loucura. Mas minhas leituras são primordialmente romances contemporâneos, embora eu também adore suspenses e tenha também procurado ler mais obras de não-ficção.

 

BLOG: Quais são as suas referências literárias? Quais os seus autores favoritos?

R: Quando eu era adolescente, quase não havia autores nacionais publicando romances contemporâneos e comédias românticas, de maneira que minha base foi feita principalmente de obras estrangeiras. Assim, quem primeiramente me inspirou foi Sophie Kinsella. O humor dela sempre funcionou muito bem para mim, e foram os livros dela que me mostraram o que eu gostaria de escrever também. Hoje em dia, já não tenho me identificado tanto com os últimos livros que ela publicou, e Marian Keyes e Taylor Jenkins Reid passaram a ser inspirações maiores. Entre obras nacionais, Dom Casmurro é um dos meus livros favoritos, pensando em clássicos (e estou absolutamente longe de chegar ao dedo mindinho de Machado de Assis — e não tenho a menor pretensão de encurtar essa distância); Caderno de um ausente de João Anzanello Carrascoza foi uma leitura relativamente recente e que virou uma das favoritas; e sou fã da Paula Vivian, que escreve comédias românticas de uma forma deliciosa. Aimee Oliveira, Lola Salgado, Solaine Chioro, Ray Tavares, Paola Aleksandra, Babi A. Sette, Deborah Strougo, Stefano Volp e Clara Alves são alguns dos nomes de destaque também: não só me delicio com o que escrevem, como também aprendo muito com a forma particular de suas escritas.

 

BLOG: Algum dos seus personagens foi inspirado em alguém real?

R: Todos e nenhum. Não tenho nenhum personagem que foi direta e completamente inspirado em alguém, mas cada um carrega traços de pessoas e situações que me rodearam de alguma forma, além de carregarem traços meus.

 

BLOG: Você possui algum ritual para escrever? Gosta de fazer roteiros ou simplesmente deixa a inspiração te levar?

Preciso de isolamento para escrever, assim como preciso "me preparar" para isso: meu cérebro precisa entender que aquele é um dia dedicado à escrita. Se estou no meu escritório, em casa, gosto de acender velas aromáticas e colocar música clássica, porque preparam o ambiente e me isolam do resto da casa, de forma que posso me dedicar inteiramente àquela tarefa. É essencial, também, deixar o celular no silencioso e restringir as notificações. Se estou fora de casa, preciso de fone de ouvido, sempre com música instrumental (geralmente clássica), porque senão me concentro nas letras das músicas e não consigo me concentrar na escrita. Sobre a escrita em si, preciso ter um roteiro bem geral da história, sabendo pontos principais do começo, meio e fim, assim tenho um norte para seguir. Também, gosto de planejar ao menos o capítulo que vou escrever e os próximos dois ou três, também para ter um fio condutor. Sempre tive dificuldade em planejar o livro inteiro antes de escrever, porque muita coisa surge para mim enquanto estou escrevendo.

Com o novo livro que estou escrevendo, estou tentando planejar com mais detalhes, algo que até então eu não tinha feito. Vamos ver como será.

 

BLOG: Um defeito e uma qualidade?

R: Insegura. Responsável.

 

BLOG: Um sonho

R: Viver bem e exclusivamente da escrita. 

 

BLOG: Quais as dicas que pode dar a um escritor principiante?

R: Seja paciente. Para uma história nascer, é necessário paciência (e perseverança).

Depois de finalizada, é necessário paciência — a primeira versão do livro está longe de ser a ideal para publicação, e é necessário trabalhar e lapidar o que foi escrito. E é necessário um tempo distante da história para poder voltar a ela e aprimorá-la.

É necessário ter paciência na busca pela publicação. Se o desejo é publicar de maneira independente, é preciso pensar, dentro das suas possibilidades, a melhor maneira de fazer isso acontecer. Se o desejo é buscar uma editora para publicação tradicional, é necessário ter paciência para não cair em furadas.

É necessário ter paciência em todas as etapas. Meu primeiro livro, Escrito nas Estrelas? levou três anos para ser escrito e ficou pronto em 2017. Depois que fui agenciada pela Increasy, ele rodou por um ano entre as editoras e foi recusado. Fui publicá-lo apenas em 2019, de maneira independente, e somente em 2021 assinei o contrato com a Harlequin para publicar Um Salto Para o Amor. A recusa do meu primeiro livro não significava que eu não era boa o bastante para estar em uma grande editora, apenas que aquele não era o momento, e que eu precisava continuar tentando. Se eu não tivesse tido paciência, talvez eu tivesse tomado outros rumos e desistido de algo que, no fim das contas, eu acabei conquistando. 

Sendo assim, tenha consciência de qual caminho você quer seguir e tenha paciência para trilhá-lo. As coisas acontem em seu próprio tempo, não no nosso.

 

Bio e mais informações podem ser retiradas daqui: 

https://www.aionesimoes.com.br/sobre/

 


    Obrigada Aione pela entrevista, aprendi muito com seus conselhos, e desejo que você se torne ainda mais reconhecida no cenário nacional. Você é uma  das autoras que tenho como  referência, um espelho pra muita gente que tá começando como eu.  Quando a gente vê alguém que admira chegando lá dá ainda mais gás pra continuar. Então vocês autores novatos não desistam mesmo qe enfrentem muitos nãos e muitas dificuldades. 

    Conheço algumas das autoas que você recomendou,  e gente vale muito a pena vocês conferirem o trabalho delas também.  

    Sigam a autora e conheçam mais sobre seus romances apaixonantes e inesquecíveis. Salto para o amor é um dos  primeiros que mais quero ler justamente por suas temáticas, mas com certeza lerei os demais também. Amo livros impactantes e arrebatadores assim. 

Eu fico por aqui, pessoal!

Até a próxima! 


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