Autora: Helena Medeiros
Editora: Ramificando editorial
Onde adquirir: ebook e físico
Sinopse: Estes são os livros 3 e 4 da série “Vida de Kpopper”, que será composta por cinco livros e nos apresenta a história dos cinco integrantes do grupo BS23. Neste vira-vira, os personagens principais são Il-seong e Jong-su, ambos do grupo.
Depois de conhecermos as dores de Jeong- ho e sua batalha para não deixar sua luz apagar, o primeiro livro Love before Songs abordou a depressão e o suicídio, eu chorei com ele, me tocou demais, e no segundo tivemos o reencontro do Jeong Hyon com um amor do passado, e ele assumiu a liderança da banda, agora temos as descobertas de Jong Su e Il Seong, um deles sofreu muito com o preconceito e o bullying deixou graves feridas em seu coração. Vejo nesses livros um slow burn bem gostosinho de ler porque antes de todos eles se envolverem pra valer com alguém, antes se preocupam em colocar suas vidas no eixo, os seus corações realmente precisam estar preparados para se entregar.
Jong Su fugiu dos seus traumas, mas um dia seu passado bateu à porta e trouxe diversos gatilhos com o retorno de alguém que lhe causou muita dor, agora ele precisa decidir se será vencido por isso ou vai conseguir virar a página. O que aconteceu no passado não pode definir nosso presente ou nosso futuro.
" O que passou, passou, é o que a maioria das pessoas que praticaram bullying amam dizer. É muito fácil falar quando a dor gerada não foi em você, mas no outro".
Bullying é um assunto dolorido pra quem já viveu, é meu lugar de fala porque eu passei por isso muitas vezes infelizmente desde a infância como muitas pessoas, por isso toda vez que leio um livro sobre o tema fico tocada, mexe comigo e me traz reflexões, fico torcendo para que o personagem consiga cicatrizar suas feridas e se reconstruir porque o trabalho é árduo, mas muito recompensador no final.
A maldade está presente no coração de muitas pessoas e os preconceitos podem destruir alguém, no meu caso lidei com assédio moral com professor na escola devido ao TDAH ainda não diagnosticado, e com a psicofobia e cyberbullying na vida adulta, sei bem o quanto dói tentar fechar as caixas de pandoras com nossos traumas e monstros do passado, porém fugir não resolve, chega um momento que precisamos encarar tudo isso e sofrer até cicatrizar, faz parte do processo de cura interior.
A gente tem mania de querer carregar o mundo nas costas e queremos esconder nossas fragilidades, resolver tudo sozinhos fechados em nossas cavernas, e como Jong Su teve que se abrir sem reservas para a mãe e aceitar sua fragilidade naquele momento, fiz o mesmo e tornei as minhas dores combustíveis pra lutar e superar. Quis por ele num potinho 😭
" Ás vezes, encarar nossos destruidores internos se torna obrigatório, por mais que tentemos fugir deles, são caçadores natos e irão nos achar. Até nos matar ou até que aprendamos a lidar com eles".
Não há como falar de bullying sem dividir um pouco da minha experiência porque é um um assunto que estou sempre batendo na mesma tecla nas minhas redes sociais, seja qual for a ferramenta, um livro, série ou filme que fale disso eu indico porque sei que pode ajudar, toda boa informação é bem-vinda.
Dito isso, vamos voltar aos protagonistas.
Acho lindíssimo o apoio que a mãe do Jong- Su dá a ele em todos os momentos mesmo quando ele não havia contado a ela seu sofrimento antes, que mãezona! Ele e Il seong estão apreensivos em assumir algo sério porque poderia prejudicar a imagem deles se algo desse errado, especialmente com relação aos fãs, além disso, é ruim lidar com especulações que a mídia pesada costuma fazer sempre que tem algum furo de reportagem sobre famosos, a gente sabe como é.
E falando nisso, é algo que acontece na vida real, eu acompanho as notícias sobre atores e atrizes asiáticos, e ao que parece na Coréia do Sul eles demoram a assumir um namoro sério justamente pela questão do assédio do público, e qualquer término repentino pode prejudicá-los em seus trabalhos, um exemplo a respeito disso foi o término da atriz que fez Ko moon young ( Seo Yea-Ji) em It´s okay not be ok, e um famoso ator coreano, detalhes da conturbada relação deles vieram a público e o hate em cima dela foi grande.
Outro motivo para a hesitação dos cantores é porque quando você trabalha com seu parceiro qualquer desentendimento atrapalha a fluidez do trabalho, perde-se o foco por causa da brigas, é preciso saber separar bem as coisas. Quem já leu livros com casais que trabalham juntos sabe que fazer isso funcionar dá um baita trabalhão rs.
Nesse livro sentimos um misto de emoções porque existe a ansiedade entre os meninos, é maravilhoso acompanhar Jong Su aprendendo a lidar com sua criança interior, momento esse que todos nós viveremos em algum momento, é o único jeito de ter paz para superar traumas, e que linda evolução ele teve, que orgulho senti dele ♥
" Sei que o Jong su criança ainda está aqui dentro, ele ainda está com medo. Sempre que tenho gatilhos, que ocorrem quando situações nos remetem a uma lembrança dolorosa, eu seguro minha própria mão ou abraço meu violão, é com se fosse meu porto seguro, foi ele quem me ajudou nos meus piores momentos".
Olha que lindo ver esse menino aprendendo a se acolher, gente! Isso é importante demais, nem sempre temos um colo pra correr, alguém pra abraçar, um ombro pra chorar quando nosso mundo desmorona e a dor nos engole, algumas vezes estamos sozinhos e é preciso saber lidar com esses momentos para que a gente lide com o choro, crise de ansiedade e possa se acalmar.
Bullying gera estresse pós-traumático nas vítimas, a gente revive o trauma na mesma intensidade do dia em que aconteceu, fica repetindo na mente como um looping de sofrimento, ainda mais quando vira e mexe tropeçamos nos gatilhos, sejam eles pessoas ou outras situações. É como entrar em uma areia movediça que pouco a pouco vai te sugando até que você não tenha forças, por isso é preciso pedir ajuda quando chegamos ao nosso limite.
Aquele que feriu Jong-su quando criança agora frequentava sua casa, então seus temores eram justificados, o que ele faria agora? A gente tende a querer fugir do que nos assusta, porém vencer o medo é a resposta para mostrar que ele não pode ser maior do que nós, e muito menos atrapalhar nosso futuro. Metamorfoses são dolorosas, o tempo de casulo é diferente pra cada um, mas quando a gente terminar enfim podemos abrir as asas e voar para o futuro que nos aguarda.
"Quando somos crianças, esperamos que um adulto venha nos proteger ou resgatar. Ao crescermos, percebemos que esse adulto somos nós mesmos."
E o nosso lindinho aqui em algum momento será corajoso o suficiente para enfrentar seu valentão, ele vai descobrir que pessoas feridas machucam os outros, já que recebem crenças limitantes em sua mente desde cedo, e assim começam a acreditar que aquilo é verdade. O pior de tudo é que elas tendem a repetir os ciclos de agressividade e toxicidade, a coragem de Jong Su me impressionou, ele cansou de fugir e enfrentou seus medos, coisa linda gente, eu vibrei demais nesse momento por ver o quanto ele amadureceu. ♥
Pra quem gosta de um slow burn bem fofinho super indico essa série que aqueceu meu coração, vivi muitas emoções com esses personagens especiais, me apaixonei ainda mais pela escrita da Helena.
Todos os meninos da banda são fofinhos do seu jeito, a série vida de kpoper nos leva a uma viagem para a Coréia, a autora soube ambientar muito bem para que a gente possa realmente se sentir lá, e entender como tudo funciona.
Terminei a leitura encantada com o desfecho da história dos nossos queridos aqui, tudo termina bem. Sorri e senti meu coração aquecido, levarei comigo as lindas reflexões e lições que aprendi com essa história. Eu não sei ler diferente, quando eu leio um livro gosto de sentir o que ele transmite e extrair o que ele tem de melhor a oferecer, e esse foi uma delicinha de ler. A autora equilibrou drama, suspense, e amor pra gente gamar. Eu sou viciada nas playlists de livros, e eu me apaixonei pelo Monsta X por causa das músicas que a Helena indicou nos livros anteriores, gente kpop é vida, sério! Depois que entramos nesse mundo não dá pra sair haha
Termino com a minha preferida dessa playlist e que acho que combina com tudo que falei, zero o'clock dos llindinhos BTS, ouçam enquanto leem a resenha, vejam a tradução dela, coisa mais fofa.
Amei e recomendo esse livro! Até a próxima!
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