Resenha: Herança de Caos - J.S.S Nascimento

 

Obra:  Herança de Caos

Autora: J.S.S Nascimento 

Sinopse: No eletrizante desfecho da trilogia Herança de Caos, a mestiça corajosa e destemida, nascida da união entre um feérico e uma mestiça, enfrenta sua jornada mais intrincada. A paz frágil entre os feéricos e caçadores depende de um casamento arranjado, mas o destino de Sophie jamais se curvou a convenções. Traída, enganada e deixada a própria sorte ela emerge das cinzas como uma caçadora feroz de criaturas mágicas, determinada a proteger os inocentes de ambos os mundos.

No entanto, em um turbilhão de segredos revelados e lealdades testadas, ela se vê confrontada com uma escolha impossível. De um lado, está o amor profundo e ardente que nutre por seu medium Allan, o Rei dos feéricos, alguém que enxerga a alma dela além das origens. E do outro lado sua liberdade e a vida "comum" que sempre desejou.

Neste desfecho épico, Sophie precisa enfrentar sua natureza dividida, reconciliar as esperanças de paz com a realidade cruel e decidir se seguirá seu coração ou sua convicção. Prepare-se para ser cativado por um mundo onde o sobrenatural se entrelaça com dilemas humanos, e onde a mestiça improvável se transforma na força que poderá moldar destinos e unir mundos. Pode o amor ser capaz de reconciliar todos os fantasmas do passado de Sophie e Allan?

    Oi, gente! 
    Hoje eu trouxe a resenha do terceiro livro da série Herança, mais um livro de feéricos para a minha coleção de favoritos,impossível não se apaixonar por essa história.

    Nos livros anteriores acompanhamos a trajetória de Sophie Cacciatore que de repente se descobriu parte de um mundo diferente e sobrenatural, ela vinha da linhagem  de caçadores e também de feéricos, estava prometida em casamento ao rei dos feéricos, Allan Chevalier.
     A promessa de um  casamento de conveniência os fez se aproximarem tanto um do outro que sentimentos entre eles surgiram com o tempo de convivência, contudo Allan sempre foi muito correto e leal aos seus deveres, não sabia como ser um parceiro mais dedicado a amada, ele nem entendia bem questões do coração porque só agia mais com seu lado racionado, por isso acabava a magoando quando escolhia o reino ao invés das necessidades dela. 

    A relação de amor e ódio entre eles é um dos pontos centrais da série porque veremos o amadurecimento de ambos diante de todas as ameaças e inimigos que enfrentam e o quanto o amor deles precisa se solidificar pra sobreviver a tudo isso.

"A mãe tinha razão quando falou sobre dor. Viver era doloroso, mas somente nós é que poderíamos dar ou não significado a tudo isso: ador, a perda, as desilusões. Mas também tinham partes boas e quando me foquei nisso soube como voltar para casa".

     No livro anterior vimos quando a princesa herdeira do fogo aprendeu a usar seus poderes e a ser uma sobrevivente para se proteger de tudo e de todos, fazendo o que estivesse ao seu alcance para não ser mais uma vítima nas mãos de pessoas poderosas, e como ela não tinha tempo para pensar com  o coração era preciso ativar seu lado guerreira e até mesmo assassina se fosse necessário. 

    Sophie fez coisas das quais não se orgulhava e o sangue em suas mãos também pesou em sua consciência, mas ela preferiu viver como caçadora por anos para fugir do que tinha destruído seu coração, e de Raden que a tinha feito de prisioneira, ela não queria e não permitiria mais ser torturada física e psicologicamente por nada e por ninguém, e assim ela se tornou uma das mulheres mais poderosas que já se viu, temida entre os humanos e os feéricos.

    Em Herança do Caos Sophie está de volta para ajudar a salvar seu noivo da influência da bruxa Sybila, ele precisava recuperar o controle de si mesmo porque estava preso a um perigoso encantamento, depois de cumprir sua primeira missão a princesa tenta se proteger dos sentimentos que ainda tem por ele, porém o rei não está disposto a perdê-la outra vez e fará tudo que estiver ao seu alcance para que ela volte a confiar nele, e acredite em seu amor.

"E nesse momento senti que algo finalmente se encaixava dentro de mim, que tudo fazia sentido. Parecia tolice, mas era como se meu mundo só fizesse sentido com ela, com minha metade".


    Sophie relutou o quanto pôde, ela não queria se casar com Allan apenas por uma aliança antiga entre seus antepassados, ela queria estar pronta e a altura dele para ser uma rainha perfeita, ainda se sentia muito insegura  por causa da sua origem, a sociedade feérica ainda lhe condenava por seus atos e por ser uma mestiça, ou seja, meio humana, meio feérica. Ela precisava vencer suas limitações internas para potencializar seus poderes e mostrar seu valor perante todos ali.

    Allan e Sophie  são almas gêmeas, por isso quando estão separados ficam mais fracos e infelizes, estão destinados a cumprir um grande propósito criado pela força superior que determina as leis que devem seguir. Por mais que tentem fugir do destino uma hora ou outra ele vai achar um jeito de colocar tudo no lugar e fazer as coisas acontecerem como deve ser, o que está predestinado não é possível ser alterado.


"Éramos almas gêmeas, completávamos um ao outro e tínhamos uma infinidade de possibilidades deliciosas e empolgantes a nossa frente,juntos por todos os anos que se estendiam a nossa frente".

 

    Enquanto Allan precisa suar a camisa para mostrar uma versão mais leve, divertida e diferente do que sempre foi para Sophie, temos Daren ganhando mais espaço e conquistando nosso coração, o irmão da princesa é um fofo, se eu já gostava dele antes, agora então nem se fala, esse menino lindo merece um livro só dele ♥ 

    Uma das coisas que gosto na série  Herança é isso, os livros são narrados de forma intercalada por Sophie e Allan, mas os personagens secundários também ganham seu destaque, gosto da irmã rei, a Elara, assim como os melhores amigos de Sophie, Aylon e Laeir. E aproveitando que estou falando deles tenho que dizer o quanto foram maravilhosos e incríveis com ela, se tornaram a sua família quando ela não tinha mais ninguém no mundo.

    Amo livros com found family e age gap, sempre vejo tramas surpreendentes e envolventes quando encontro essas tropes presentes neles. ❤

    Allan e Sophie são como ☯, eles tem elementos e temperamentos opostos, mas se completam de um jeito especial e único. É engraçado como a Sophie é a pessoa que mais consegue tirar a calmaria e foco do rei, Allan se torna irado com suas provocações. Isso me fez rir algumas vezes. 

    Desde o começo me identifiquei com a Sophie pela sua busca por aceitação, pelo seu jeito  atrevida,  ousada, corajosa e impulsiva. Esses comportamentos  enlouqueciam Allan, pois ela  era atraída pelo perigo, era altruísta demais e sacrificava  por quem amava sem pensar duas vezes.

" Era como se fôssemos o equilíbrio um do outro, ele era água, eu fogo, ele brando e eu um furacão. Opostos e ainda assim não tinha nada de errado em como nos sentíamos".


    Allan e Sophie devem reconstruir seus alicerces no relacionamento e evitar que seus inimigos encontrem brechas para ataques em seu reinado, é aqui que vemos a ação acontecer. Sophie se transforma em uma grande líder criando estratégias contra aqueles que ameaçam a paz do seu reino, pense numa mulher empoderada, dá gosto de ver! ♥

    Herança de Caos não se trata apenas dos conflitos dos noivos, na verdade, eles precisam superar suas diferenças mágoas antigas pelo bem maior, isso inclui fazer novas alianças porque uma boa equipe se faz com mútua confiança, desse modo Allan deixa de lado seus receios  e aprende a confiar nos amigos de Sophie, o que a deixa feliz porque é um passo importante para o futuro que pretendem ter juntos. 

    Um relacionamento saudável é feito com alguns pilares como respeito, confiança, parceria,  e lealdade, sem isso nem mesmo o amor se sustenta, é como construir uma casa sem fundação e paredes firmes. Allan entendeu como agir com o respeito que ela precisava, abriu mão do controle extremo que o tornava egoísta, e fez sacrifícios para se mostrar disposto a ser uma nova versão como ela merecia.

    Se eu pensava que no livro anterior ela já tinha renascido das cinzas, esse me surpreendeu ainda mais, gosto muito dessa filosofia do renascimento porque a vida nos coloca em provas de fogo que exigem nossa morte e renascimento. A cada novo obstáculo, a cada novo sofrimento que pensamos não sermos capazes de dar conta, e que estamos em nosso limite, de algum jeito lá no final tudo faz sentido,  percebemos que saímos mais fortes daquilo e mais sábios, então considero isso um renascimento porque algumas situações mudam nossa ótica do que é viver.
    
"Uma borboleta não pode ser ajudada ao sair do seu casulo, isso faz de suas asas frágeis e incapazes de voar".
    
    Como já se espera de uma fantasia urbana temos momentos no mundo mágico e outros no mundo real, além de cenas de luta e de sensualidade na medida certa, a autora sabe dosar muito bem esses elementos para criar um enredo que prende o leitor, e o deixa com gostinho de quero mais.

    Terminei a leitura com coração quentinho depois de ver o quanto esses dois lutaram para finalmente serem felizes. Gosto da escrita da autora que é fluída e dinâmica, não pesa a mão nas descrições dos locais e das coisas do mundo feérico, o que não deixa a leitura massante, ela explica passado, presente e os poderes de um modo bem tranquilo. 

    Eu amei e recomendo!

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