Título: Memórias de uma mente depressiva
Autora: Caira de Carli
Gênero: Drama, não ficção, relato real
Editora: Grama
Oi gente, a resenha de hoje é uma leitura feita em setembro para a campanha contra o suicídio. Vale a pena conferir esse livro!
Sinopse:
Caira vive feliz e tranquila no sítio com o marido e seus dois filhos, quando em 3 de janeiro de 2006 sua vida se transforma em um verdadeiro pesadelo.
Com a perda de sua avó materna se vê transtornada em superar algo até então desconhecido.
Com o decorrer dos meses a mesma se encontra em um consultório médico no qual recebe o diagnóstico de depressão e síndrome do pânico.
Sua vida é transformada em dias terríveis, e ela começa a ter frequentemente pensamentos negativos e tentativas de suicídio.
No final Caira se supera através dos tratamentos e com a força da sua fé e dos seus trabalhos no centro espírita da sua cidade, e a caridade aos menos favorecidos.
Conheci a Caira ano passado por acaso na sessão de autógrafos dela que era no mesmo estande que eu tinha ido conferir alguns livros.
O título e a capa já me chamaram atenção logo de cara, principalmente por que passei a gostar do animal da capa, o corvo depois de conhecer o poema do Edgar Allan Poe.
A história dela é emocionante, lidou por alguns anos com a depressão sozinha até que recebeu o diagnóstico e teve que tomar uma infinidade de remédios que quando iam sendo tirados causavam abstinência nela, desmaios e até mesmo perda de memória.
Caira venceu sua resistência quanto as crenças e aceitou toda a ajuda que lhe ofereciam, desde visitas a um padre, e outros trabalhos com curandeiros e etc.
Toda oportunidade de cura ela agarrava até que entendeu que talvez não seria curada da enfermidade em sua alma, a depressão, mas poderia conviver com ela, controlá-la.
Em uma comunidade espírita ela se sentiu acolhida e finalmente aprendeu a ver a vida de outra forma.
Se apegou a fé e aos seus estudos, mas nunca deixou de fazer a terapia com a sua psicóloga e de 2016 até então não teve mais crises e tem avançado cada vez mais no seu tratamento.
Caira enfim tem recuperado o tempo em que ficou ausente na adolescência dos filhos por que ficou muito tempo de cama lidando com a depressão, com a bulimia e a anorexia que fez ela pesar em torno de 47 quilos, o que deixou os médicos desesperados achando que dessa ela não escapava.
Ela superou todas as suas dificuldades e deu a volta por cima, e decidiu compartilhar a sua história neste livro publicado pela Editora Gramma, para que outros também possam seguir em frente.
Parabéns Caira pela história inspiradora, e que bom que nossos caminhos se cruzaram naquele 4 de agosto na bienal.
Torço para que outros possam ser impactados pela sua história como eu fui.
Você é incrível, muito iluminada e tem um coração muito bondoso para ajudar aqueles que tanto precisam, nisso somos iguais por que não me vejo como cristã se eu não fizer algo pelo meu próximo, não posso passar minha vida toda apenas olhando para meu umbigo sem fazer nada para ajudar quem sei que precisa.
Fazer o bem sem olhar a quem, faz mais bem para alma da gente do que se imagina.
Citações:
"O médico mediu a pressão e concluiu que estava alta. Mas eu nunca tive pressão alta! Conversamos muito e ele foi diretamente ao ponto da doença, a resposta foi: Depressão no estágio 2 e síndrome do pânico".
"O tempo foi passando e eu ficava em casa. Parei de saie, não visitava mais nem minha mãe, me refugiada apenas no meu quarto e de preferência sozinha. Continuava a não crer em nada, e com a depressão me tornei uma pessoa amarga e revoltada, não queria frequenta igreja nem nada que valesse a pena".
" Ninguém chegava perto de mim. Eu havia me transformado em um monstro agressiva, leviana. Queria achar alguém para colocar a culpa pela minha doença. Mas não existia culpado; a única culpada era eu mesma".
"A cada minuto, ouvia carros, caminhões, ônibus e na minha imaginação eles iriam passar por cima do meu corpo. Eu gritava de tanto medo. A cada dia eu comia menos, não tinha apetite, não comia mais... Um dia me olhei no espelho e me senti horrível, gorda e com olheiras muito grandes. Decidi parar de comer, decidi que seria magra. Comecei a pensar que se fosse magra as pessoas iriam gostar mais de mim. Que burrice! Apenas isso passava na minha cabeça".
" Eu já tinha tentado mais um suicídio por meio de cordas, mas me viram pegar a corda e meu marido chegou a tempo. Será que Deus não queria que eu morresse? Será que tinha planos para mim?"
" Alma irmã é aquela que nos meus momentos mais difíceis, mesmo que distante, estava ao telefone para me ouvir, e não momentos bons e de grandes vitórias, vibra. Amigo é simples assim: não precisamos nos ver para ampararmos uma a outra, sem receber nada em troca.
Ganhei duas irmãs, uma delas não mora muito perto, mas graças a internet nos falamos todo dia, temos uma sintonia, afinidade grande, que quando uma passa mais a outra mesmo que distante, percebe".
" Depois que comecei a ler os livros do Augusto Cury, comecei a ver o quão importante é conhecer a mim mesma, meu psicológico, o meu comportamento... Onde havia dor, mágoa e sofrimento, estou tentando construir janelas novas cheias de alegria, perdão, amizade. Conforme coisas boas vão fluindo, encarrego-me de pensar nisto, e quando elas não acontecem leio e vejo que Deus tem um plano de paz e amor para mim.
Por isso acredito que remédios ajudam, mas não vão curar uma depressão, e sim eu ir ao solo da minha mente e resgatar o que me feriu, e pedir a um médico que me ajude me oriente a reconstruir este passado, não deixando influenciar no meu futuro.
No meu caso, meu médico é Jesus, os livros que leio e com a ajuda da minha psicóloga estou avançando na minha recuperação".
Amei e recomendo!
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